sexta-feira, 3 de maio de 2013

sábado, 20 de abril de 2013


O poder das redes sociais e o “Já fomos mais inteligentes”




“Você não está no mesmo mundo que eu...” Foi o comentário de um colega quando comentei sobre um termo, do qual pensei que ele estivesse à par. “Não, não sei o que é ''Geek" e nem sei quem é 'Marcelo tas'” - encerrou. Ainda disse que se eu perguntasse ao restante da turma sobre o assunto, ninguém saberia responder. Talvez ele esteja certo. Talvez eu não esteja no mundo certo, ou no curso certo... Há tempos questiono o desejo em fazer serviço social e nos últimos tempos ressuscitou o interesse pela publicidade. Mas não é essa dúvida, nem esse interesse o que me incomoda. É o Senso crítico (ou a falta dele). O colega tem quase a mesma idade, fazemos o mesmo curso na faculdade e a classe social é basicamente a mesma, porém a forma de ver o mundo é completamente diversa. Me pergunto se mais uma vez o preconceito e o orgulho tomaram as rédeas do pensamento ou se de fato o senso crítico é fator crucial no processo de enriquecimento da cultura em um indivíduo. E depois, o que é senso crítico? Baseado em quê posso afirmar que o possuo? Quero descobrir como se forma e o que influencia na formação do caráter e do senso crítico numa pessoa.
Tento usar de bom senso quando a tendência é julgar a opinião dos outros, mas, no fundo no fundo, a impressão é de que realmente a “massa” está muitos degraus abaixo, na busca pela aculturação e enriquecimento da cultura, e o “povão” parece se deixar enganar e até gostar de ser enganado. Será que é porquê não tem acesso à informação ou simplesmente porquê o senso crítico é “caolho”?
Na era da tecnologia o mundo está à um clique e o Brasil já ultrapassou os 70 (setenta) milhões de computadores conectados à rede mundial. O Twitter quebrou qualquer barreira que impedisse o acesso à informação, mas o interruptor que ainda não foi ligado é o do interesse pelo que acontece no mundo hoje. É claro que não adianta ter todo o acesso à informação se o senso crítico não me levar à busca pelo aprofundamento nos assuntos de meu interesse (e até nos que não interessam), visto que é essa a função do senso crítico.
Um jornalista diante da explosão de um “meme” da internet, soltou a agora famosa pérola: “nós já fomos mais inteligentes”. Pobre jornalista, contrariando a própria profissão, está desinformado e desconhece o poder das redes sociais para a disseminação de publicidade de forma mascarada, o famoso merchandising. Luiza voltou do Canadá, ficou famosa e contratada por marcas famosas (Magazine Luiza por exemplo), para fazer propagandas na internet. Luiza criou seu próprio blog de moda (sabes o que é um blog, jornalista?).
A tecnologia e as redes sociais trouxeram para os jovens dessa época a velocidade da comunicação e (pra quem quer) a oportunidade de aprender uma infinidade de assuntos, conhecer o mundo sem sair de casa e fazer amigos espalhados pelo vento, onde quer que estejam. Talvez para esse jornalista, as aulas de francês que tinha na escola quando criança não estejam mais na grade do ensino fundamental, pena, mas não significa que nos tornamos “menos inteligentes”! Talvez os jovens de hoje tenham trocado o piano pela guitarra e isso não os torna menos inteligentes. Talvez o funk esteja se tornando a nova MPB e isso não... é... talvez... Ok jornalista, talvez você ainda tenha um pingo de razão nessa sua afirmação, mas não seja tão careta, vai... A internet é o mais eficaz meio de comunicação e os jovens de hoje estão bem acostumados com sua rápida mudança, atualização e manias que veem e vão na mesma intensidade, rapidamente se tornam sucessos e rapidamente são esquecidas. Quem não acompanha essa dinâmica fica estacionado, no tempo que éramos mais inteligentes, porém demorávamos anos para saber o que hoje temos ao nosso alcance em minutos.